domingo, 21 de setembro de 2014

O que os números das doações falam sobre apoios às campanhas de 2014?

Um dos grandes argumentos do PT amedrontado com o desempenho da Marina Silva nesta campanha é o teórico apoio de instituições financeiras à candidata que um dia já foi ministra do Presidente Lula.
Isso porque uma das coordenadoras de campanha do PSB é a herdeira do patrono do Banco Itaú. Digo educadora porque quando participou na formação do programa do governo do então candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, era assim que Neca Setúbal era tratada pelo PT. Agora é tratada por banqueira.
Mas fico refletindo cá com os meus botões o que o PT, se fosse o transparente necessário, teria a dizer sobre a estrutura paralela de instituições financeiras piratas que os seus partidários vêm usando para usurparem os cofres públicos em nome de apoios à caminhada e governabilidade do país. 


Estruturas organizadas em empresas estatais como os casos que vimos vendo nos últimos tempos na Petrobrás, para não falarmos do já cansado mensalão.  Instituições piratas coordenadas por doleiros com organizações de redes de corrupção institucionalizadas e defendidas por muitos como algo até aceitável para atingirem os ideais políticos do partido... e de punho em riste como se festejassem uma vitória ou que bradassem por uma luta pela vitória.
As instituições financeiras privadas, perto destas redes piratas, são santas!
Depois os meus botões também lembram-me que o tamanho das doações para as campanhas já ultrapassam um bilhão de Reais e que mais da metade foram doações de empresas privadas onde entre as maiores estão instituições financeiras e grandes empreiteiras e até empresas ligadas ao agronegócio. Adivinhem para quem foi a maior parte destas doações? Preciso mesmo dizer que os candidatos do PT foram os maiores beneficiados? Com quem estão as elites, PT? Ou estarão estes empresários enquadrados no estado de espírito dos pobres?
Dizem que em campanha eleitoral vale tudo, menos tirar os olhos. Assim os eleitores é que têm que ter a capacidade de filtrar o que ouvimos dos candidatos e dos que falam por eles. Com essa capacidade de bem filtrar é que se fazem bons eleitores, independente das suas próprias convicções.


sábado, 20 de setembro de 2014

PT(istas) X Classe Média



O PT depois que atingiu o Governo Federal vem se lambuzando como um novo rico. E o engraçado é que tem a nova classe média como inimigo número um. Isso deve ser um problema para o seu programa contra a pobreza, pois transformar a classe baixa em classe média parece ser contra prudente para as suas convicções.

Quer dizer, eles, do PT, veem a classe média como o problema do mundo. Devem ser todos bilionários ou muito pobres. Tipo política dos extremos...


Chavões do PT em relação à classe média:

“Classe média é contra a bolsa família!”

“Classe média é contra as ciclovias em São Paulo!”

“A classe média é reacionária!”

“A classe média é fascista!”

“Classe média não gosta do PT porque...”


Chega-se ao cúmulo de ouvir do Lula a seguinte colocação, referindo-se aos resultados dos governos do PT:

"Oferecemos crédito para a população e graças a isto hoje o pobre ganha mais do que a classe média".

O medo da classe média é tanto que preferem acreditar que os pobres são menos pobres que a classe média, mas jamais classe média, muito menos classe média alta.
Ou seja, hoje para o PT classes sociais não são mais definidas por estatísticas econômicas e sim por estados de espírito, e para ser pobre baixa ser PT.


domingo, 7 de setembro de 2014

Eutanásia

Fonte da foto: GENIZAH
Artigo de António Maria G. Lemos

Depois de ter relido a crônica “Eutanásia” que o meu falecido pai escreveu em 1962 no jornal Tribuna de Moçambique, percebi que a Eutanásia continua sendo um tema muito controverso. Debatido muito emotivamente e até manipulado religiosamente.
 Visto que não sei as condições em que a tal mãe teve que tomar (certamente) tão dolorosa decisão. Não me aprofundarei ao caso específico da crônica dele.
Uma coisa é certa, para ele abordar esse tema, é porque pelos vistos mexeu com ele, e com os códigos éticos e morais da sociedade da época.
 Do ponto visto geral, sobre  a eutanásia eu hoje  lhe diria; Concordo com o direito à vida, e que nenhum ser Humano tem o direito de condenar à morte outro ser Humano.
Por isso sou contra a pena de morte.
No entanto não considero a eutanásia como um suicídio, ou como uma pena de morte.
 Na pena de morte julga-se uma pessoa à morte por diversos motivos, ligados ao julgado, e aos julgadores. E o “crime” ditado pelos julgadores pode ser por motivos militares, religiosos, políticos, etc E mesmo em estados democráticos, onde a lei se diz neutra e pragmática. A verdade da realidade é que a justiça sempre balança de acordo com o dinheiro que se tem para se defender. Nesses países as estatísticas provam que a maioria dos acusados à pena de morte vêm das camadas mais pobres da sociedade. Exatamente as que tiveram menos chances na vida desde que nasceram, e que não têm dinheiro para pagar bons advogados. E as inúmeras pessoas que foram julgadas inocentemente por essa Justiça, não voltam mais para reclamar o seu direito à vida.
Se reconheço a Vida como direito Humano, por mais hediondo que seja o criminoso não tenho o direito de cometer com ele, o mesmo crime que abomino.
 O suicídio está na sua maioria mais ligado a um momento de desespero.
Muitas vezes consequência de um sofrimento movido por desequilíbrio psíquico momentâneo, ou de longa duração. Só quem sofre tal angústia deve saber que sofrimento é esse, que nós só teoricamente sabemos explicar, mas esperamos nunca vir a conhecer.
Para uns deve ser um “cansar de viver”. E para outros pode ser a fuga a uma nova realidade de vida, que de repente são confrontados e que não creem ser capazes de a encarar.  Há também os que suicidam por covardia. Para não terem que assumir junto á sociedade, a responsabilidade por seus crimes ou males causados.
 Já a eutanásia está sempre ligada a resultados científicos que hoje em dia, com uma grande precisão, dizem o que se pode esperar da qualidade de vida que está para começar, ou da que nos resta.
Quando se chega ao ponto de se ter que decidir pela eutanásia pessoal, ou a assumir para uma outra pessoa que se ama, é porque já se percorreu um longo caminho doloroso. É uma decisão influenciada por muitos altos e baixos, sofrimentos e esperanças, onde a eutanásia resta como a solução “menos pior”.
Ou seja, a decisão pessoal ou não, acontece depois de pensada e se ser confrontada por diagnósticos de especialistas, e opiniões a favor e contra de amigos e familiares.   É uma decisão que não dá prazer a quem  a tem que tomar por outros, mas pode ser o grande alívio de quem está sofrendo, ou irá sofrer uma vida inteira.
 O direito á vida implica para mim, em se poder realmente viver.
Seja como “normal” ou como “excepcional”, palavras que não gosto de usar. E que a cada década são trocadas por outras da ética social da época, e que provavelmente também não gostarei no futuro.
Portanto digo “realmente viver”. Cada um á sua maneira e limitações, mas Viver.
Quando o risco é de se estar “condenado” simplesmente a uma “sobrevida” uma vida inteira. Então aí, estão para mim muitos outros fatores em jogo. Qual a doença, qual o tipo de sobrevida em questão, e a pessoa envolvida.
Se penso em certas situações de sobrevida, que pudessem vir a envolver amigos e familiares, espero eu, nunca ter que decidir por eles. Mas sei que não gostaria de ver uma pessoa que amo, sobrevivendo contra a vontade dele, o resto da vida.
 E como sei que se eu um dia não estivesse mais em condição de decidir sobre a minha “sobrevida”, na minha família provavelmente ninguém conseguiria tomar essa decisão por mim. Aproveitei que na Suíça a eutanásia é legal, e já aliviei todos de tal decisão. Deixei essa situação, que espero nunca vir a acontece, bem detalhada e descrita em documento devidamente assinado  por mim, e três amigos meus como testemunhas.  O mínimo de testemunhas necessárias para assinarem esse documento legal suíço, que lhes dará direito de assinarem a eutanásia por mim.  (Dentro das condições por mim descritas no documento.)
Esse documento legal arquivado na Cruz Vermelha Internacional,  poderá ser solicitado em qualquer país. Reconhecido como a vontade de um Humano que a assinou em tempos de saúde e lucidez. E desautoriza qualquer pessoa, seja médico ou da família, a decidir o contrário.  Direito de decisão à vida e morte pessoal, a ser respeitado.
 Estando eu lúcido o suficiente para decidir, penso que também terei a coragem de o fazer. Visto que uma sobrevida amarrado a uma cama ou vir só a “vegetar”, não quero viver.
 Eu não sendo religioso, acredito e respeito a Vida Humana neste planeta.
 Com direito a decidir o fim.