domingo, 12 de julho de 2009

Valeu, bicho!

Sempre achei o Roberto Carlos um matreco*, e matrecos eram todos que diziam gostar de ouvi-lo cantar. Isso desde os meus tempos de pré-adolescente lá em Moçambique, nos idos de final da década de 60, início de 70, até a uma fase já mais madura aqui no Brasil. Hoje, continuo achando que ele é um matreco, e começo a perceber que também tenho o meu lado matreco.
Se não compro um disco do Roberto Carlos, não troco de estação de rádio porque toca o Roberto Carlos. Tem ele melodias muito bonitas, letras belíssimas, e tem uma “áurea” de Rei.
É visto no Brasil como o Rei porque se comporta como um Rei, que ainda de carne e osso, e que haverá de ter os seus defeitos como ser humano, tem formado a sua imagem, no decorrer dos anos, como um intocável, com uma humildade nata, com uma capacidade de tocar no povo com um repertório simples, desde os tempos do rock da Jovem Guarda e depois assumindo o seu lado mais romantico, criando uma imensidão de fãs, fãs do cantor, fãs do ser humano.
No show de ontem, no estádio do Maracanã, que faz parte dos festejos dos seus 50 anos de carreira, Roberto Carlos proporcionou grandes momentos, sendo que o encontro com o seu parceiro Erasmo Carlos foi de grande emoção entre os velhos amigos que este país acompanha fazem cinco décadas. Saindo fora de dramalhões baratos, as lágrimas que rolaram ali vendiam um filme que o público conhece parte dele, e que ali se pode imaginar quantos quadros dessa história ficaram só com eles.
Valeu, bicho!
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* matreco = seria no Brasil o cafona, o brega, os tais valores subjetivos que gostamos de criar.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

De forma tímida, FIFA chama atenção da CBF

Foto do site da Gazeta do Povo

A Associação Dinamarquesa de Futebol posicionou-se de forma mais clara, mas também outras associadas da Fifa na Europa mostraram mais uma vez o descontentamento com a atitude de jogadores brasileiros ao misturarem religião com futebol quando festejam vitórias em jogos ou na conquista de títulos da Seleção canarinha.
Nunca fui contra quando as atitudes são individuais, tipo um jogador se benzer quando faz um gol ou no fim de um jogo ou quando agradecem aos “Céus” um lance ou uma vitória. Nem mesmo quando usam uma camisa por baixo da camisa oficial, com dizeres religiosos, desde que não vinculados a uma igreja especifica.
Mas foi de fato uma atitude reprovável, em especial da comissão técnica e demais dirigentes brasileiros presentes, a forma como agiram após a vitória sobre os EUA e em conseqüência a conquista do título da Copa das Confederações na África do Sul.
Estes usaram uma “instituição” de um Estado laico para representar uma linha religiosa. Além de representar uma ofensa, como Estado, a outros Estados laicos e não laicos, é uma ofensa a todos os brasileiros não cristãos. Afinal quem são estes cidadãos para se acharem no direito em usarem símbolos brasileiros, como o da CBF – Confederação Brasileira de Futebol, a Bandeira Nacional e o Hino Nacional e misturarem neste evento desportivo com orações religiosas?
Obrigado à Dinamarca por se manifestar de uma forma que os próprios brasileiros deveriam o ter feito, ainda que o resultado tenha sido que a FIFA tenha pego muito de leve a CBF quando esta claramente foi contra os estatutos e objetivos da Federação.

Texto assinado por um Cristão.